Monday, August 26, 2013

Anita é bem vinda a Beirais

 Alberto Caeiro transportou-a por montes e vales e bosques encantados, onde viviam seres mágicos com pirocos gigantes. Anita foi-se encantado, aquele era o seu príncipe, o príncipe que desejava desde os tempos da Floribella, desde o tempo em que, se lembrava como se fosse hoje, vestia um vestido azul da sua mãe, que mais parecia uma toalha de mesa, e deslizava pela sala, cantando
''Princesa serei se só tu fores o meu rei, num cavalo alado foi por ti que eu esperei''
  Naquele noite, pararam numa colina para ambos descansarem, mas a mente hiperativa de Anita não o permitia fazer. Estava cansada de ser a Rameira do Bairro de Alfama, estava cansada de ter clamidia. Olhou intensamente para Alberto, aquele príncipe loiro saído do elenco de Dancin' Days, vindo directamente para si. Era ele que ela queria. Tal qual Blimunda, meteu os dedos, mas não saiu sangue porque não era virgem. Então, resolveu tentar no outro buraco. O fluído(?) colou-se nos seus dedos, tal magma riolítico. Juntou-se a Alberto e persignou uma cruz no seu peito, no local do coração.


 A noite passou e o dia chegou. No céu, um sol com a cara de Teletubie surgiu.


 Alberto, ainda a cheirar a merda, montou-se no cavalo. Estava acostumado àquele cheiro da sua quinta em Baião que nem deu conta. Resolveu portanto continuar a sua viagem.
Finalmente, após sete sois e sete luas, chegaram a uma vila toda ela muito bonita. À sua frente, uma fonte onde se via, em pedra, um bacalhau e deitava água pela boca e lá dentro um peixe azul, o mais bonito do reino. As casinhas eram feitas de mármore cor de rosa, que como toda a gente sabe, é uma rocha que sofreu metamorfismo regional. Lá também era a sede o Gave, portanto, era uma vila pacifica.
 Havia umas quantas lojas entre as quais uma padaria, cujas letras, que se encontravam um tolde vermelho sangue de boi, eram prateadas. De longe, lia-se ''Rosa do Cantinho''. Anita achou super cute enquanto o fumo saia da chaminé. À sua frente, apareciam carros cuja gasolina era água, portanto a sua experiência como metedora de gasolina não servia de nada.
 Ficou triste. Alberto, reparando nisto, disse:
 - Não fiques, arranjaremos trabalho para ti.
Dirigem-se ambos para a padaria ''Rosa do Cantinho'', mas Alberto é barrado à porta por um segurança com dois metros. Cheira a merda e não podia portanto entrar. Se repararam, estamos a escrever no presente porque é mais dinâmico, peço desculpa por ter mudado de tempos verbais.
 Alberto decide ir à loja Modas Capri arranjar alguma coisa para vestir, enquanto Anita quer um galãozinho. No balcão, está Jacinto, o gerente da ''Rosa do Cantinho''
- Que posso fazer por ti, bonita? - diz.
 Apetecia-lhe algo diferente. Queques, era isso! Mas só se fosse com recheio de baunilha para ficar com os cantinhos da boca brancos. Anita rebola no seu vestido, com os queques na mao esquerda e o galão na direita. Senta-se numa mesa e aprecia o ambiente. Anita chama Jacinto.
 - Não precisa de uma ajudanta aqui na loja?
 - De momento, não. Temos a Bárbara que é uma jovem muito competente. Mas porquê? Você é nova aqui não é?
 - Sim, sou.
 - Então seja bem vinda a  Beirais!
 - Obrigadissima! - agradeceu Anita. - Mas de certeza que não precisa de ninguém aqui? Parece-me atarefado! - dizendo isto, deixa cair um pouco de creme nas suas marufas com 100 mL de silicone.
 - Pensando bem... - disse, sentindo nas suas calças, o seu pau crescer. - Vou aceitar. Ando cansado, até ando a tomar Calcitrine e preciso de descansar.
 Jacinto aproxima-se. Era o destino a chamá-lo.
- Não quero ser padeira? Você tem a palma da mão do elemento Terra. Significa que é boa com as mãos. Aceite!
 Anita aceitou. Qualquer dinheiro era bom naquela altura. À medida que este conversa se desenrola, Bárbara, a padeira até então, surge de cabelo castanho, com espelhados ruivos. Trazia uma canastra de pão e ouve a pergunta do gerente. Dirige-se esbaforida à mesa.
 - Olha, seu cão, tu queres me substituir? E tu, minha cabra! Eu sou mãe solteira, tenho dois filhos para criar e tu queres me roubar o emprego?
- Krida, eu não tenho culpa de ser do elemento Terra e ter umas mãos que trabalham melhores que as tuas.
- ATAUM ve lá se esta chapada não trabalha bem na tua cara.
 *estalo*
Começam à porrada. Jacinto aparta-se, adorava porrada de gajas. Surge um tipo jeitoso, corpo atlético, fato e gravata, tal qual Justin Timberlake. Era André, director da revista CÁTIA VANESSA, uma famosa revista de fofocas. Separa as duas.
- Parem suas Atoladinhas! Estão me a deixar abafadinho dos olhos!
Bárbara pára e chora.
 - Você quer o quê, senhor André? Esta cabra quer-me roubar o emprego, mas....mas...mas... EU NASCI AQUI! EU NASCI AQUI!
Jacinto aparece e despede Bárbara que sai gritando:
- Ganhaste a batalha, mas não ganhaste a guerra.
A lua no céu brilha intensamente e traz brincos da obey nas orelhas. A vida de Anita estava se a compor. Mas onde andaria Alberto? Naquele noite, Anita surgiu numa montanha de feno. Um dia, haveria de ser presidente de Beirais e quem sabe ter uma banda de eletro forró!


 @sexonowc
@CaiPirilaus

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