Thursday, August 22, 2013

Anita e as Bombas da Gasolina

No episódio anterior, Fernando Pessoa desdobrara-se em quatro heterónimos: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e no seu Ortónimo. Daí surge este episódio. Obrigado leitor por nos acompanhar.

 Escureceu. Ali estava ele vestido para com um fato macacão embebido em petróleo. Parecido mesmo uma personagem saída do Catching Fire.  Esta era a fantasia de Alvaro de Campos, fazer amor na bomba de gasolina enquanto tudo ardia à sua volta.
 De repente, começou a tocar ''Love The Way You Lie'' e saiu duma máquina Anita, vestida para matar, com um vestido justinho de licra vermelha. O seu corpo ardia, não literalmente. Mascava chiclet como uma vaca ruminante coisa que atraída Alberto Caeiro que ficara em casa. A cena dele não era muito máquinas. Gostava mais de ver ali um pitinho ao léu cheio de mato e com duas folhas a tapar os biquinhos das marufas. Mas agora ia se dedicar completamente a Campos.
 Mascou ruidosamente a chiclet.
 - Então chefe? Quantos litros vais meter hoje?
 - Depende do que aguentares!
 - Por mim, depósito cheio!
 Anita abriu a sua garganta funda mostrando as suas amígdalas ainda não retiradas. E também a campainha vermelha que cheirava a peixe do Mar Morto. Campos enfiou lá a sua língua de lagarto japonês.
 Gritou:
 - Ai seu Alcoitão d'um raio!
 - Cala-te vagabunda!
 - EU NÃO SOU VAGABUNDA! TU É QUE ÉS BANDIDO, AI TU NÃO PRESTAS, ÉS ASSANHADO MESMO ASSIM GOSTO DE TI!
 Abriu-lhe as pernas. Ia meter a mangueira da gasolina para regar o seu jardim encantado onde viva um  poney chamado Treza Jodeite. Mas a cena foi interrompida de rompante.
 Era Sónia, tinha regressada da morte.
 - Olhá ó fálsa tira a a mangueira da conassa que eu quero encher o meu carro. Tenho um encontro com o Saramago à noite badalhoca. E ainda me deves um vestido!
 Anita retirou o instrumento mortal da sua pitareca e colocou no coiso que não nos lembramos do nome onde se mete gasolina num carro.
 Sónia bazou e Anita limpou-se com uma toalhita da dodot para limpar vestigios de Campos. Na verdade, não queria ficar com as cuequinhas molhadinhas. Alvaro de Campos ficou chateado e rezingou. Pegou no seu smart e foi para casa.
Anita sentiu-se abandonada e cantou uma música da Agata
                              http://www.youtube.com/watch?v=bW81AJtOXjw
Mas como um galã de cinema surgiu num cavalo (que por acaso foi oferecido por Lorenzo), Alberto Caeiro. E disse:
 - Vamos montar este monte de pêlo e viajar pela beira mar para  fazer a ventoinha na praia de Espinho.
 - Mas antes quero que dês um mergulho, porque aquelas águas são tira sutiãs e quero ver a tua maminha direita
 - Só se dançares o tango comigo.... - pediu Anita.
- Sabes Anita... - disse aproximando os seus labios dos dela. - Para dançar o tango, são preciso dois.
 - Eu sei... Quero que sejas tu, Bertinho. Porque para mim um mais um são dois e não são três.
 Beijaram sobre a lua vermelha. Estava a dar na SIC.

NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO
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